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terça-feira, 29 de abril de 2008

As Admoestações de São Francisco de Assis - 6

AS ADMOESTAÇÕES DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS - VI


6. Admoestação: Da imitação de Cristo.

“Consideremos todos, meus irmãos, o Bom Pastor que, por suas ovelhas, sofreu a paixão da cruz. As ovelhas do Senhor seguiram-no na tribulação, na perseguição, no opróbrio, na fome, na sede, na enfermidade, na tentação e em todo o mais, e receberam, por isso do Senhor, a vida eterna. É pois uma grande vergonha para nós outros servos de Deus, terem os santos praticado tais obras, e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram.” (Escritos de S. Francisco).

Caríssimos irmãos e irmãs, quem experimenta as coisas de Deus dá testemunho delas. A fé, mais do que um dom, é uma graça do Espírito Santo que nos leva a testemunhar as graças recebidas ou ainda, ela é a comprovação de que estamos unidos a Deus e por Ele conduzidos e que nossas ações são feitas em Deus, por Deus e para Deus. Testemunhar é, pois, um ato de quem vive em Deus as virtudes concedidas por Ele para que comprovemos os frutos do seu amor: “Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos”. (Ef. 2,8-10).

E ainda, quem ressuscitou com Cristo dá o testemunho dessa ressurreição: “Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até os confins do mundo”. (At. 1,8-10).

Quando São Francisco diz: “É uma grande vergonha para nós outros servos de Deus, terem os santos praticado tais obras, e nós querermos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram”, ele se refere ao testemunho que cada um de nós temos para dar e não damos e assim deixamos de cumprir a nossa missão de conviver com Deus e no seio da humanidade sendo transparência dessa sua presença divina em nós, pois uma vez que somos seus filhos e filhas, somos também testemunhas fiéis do que Deus opera no meio de nós.

“Assim, meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava entre vós, mas muito mais agora na minha ausência. Porque é Deus quem, segundo o seu beneplácito, realiza em vós o querer e o executar. Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a palavra da vida”. (Fl 2,12-16a).

Portanto, imitar Jesus segundo esta admoestação é fazer o que Ele fez conforme Ele mesmo nos ensinou: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai". (Jo 14,12) ou ainda conforme São João: "aquele que afirma permanecer nele (em Cristo) deve também viver como ele viveu". (1Jo 2,6).

Que o Deus da esperança que vos cumula de toda graça e paz em vossa fé, esteja sempre convosco. Amém! Assim seja!

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv

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