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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ordem Franciscana Secular : Por quê? Para quê?

Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM
1. Vivemos a hora dos leigos na Igreja. Nunca se falou tanto deles. Nunca os documentos da Igreja tanto marcaram sua importância. Muitos leigos ingressam em grupos de vivência cristã onde buscam acertar os passos e perseguir o ideal da santidade no meio do mundo. Entre esses tantos grupamentos de leigos estão os franciscanos seculares. Pertencem eles à Ordem Franciscana Secular (OFS). Esses seculares franciscanos respondem a um apelo. Sentem um chamado. Não entram numa associação piedosa, mas ingressam no seio de uma família, de uma Mãe, de uma Ordem que os acolhe, recebe sua profissão/ promessa de seguimento do Evangelho no meio do mundo e se dispõe a levá-los, se eles colaborarem, a uma santidade de vida, à maneira de Francisco e de Clara. Falar em seio é falar em vida. A Ordem é dom, escola, graça que Deus concede à Igreja. Os seus membros desejam também santificar o mundo. Se deixassem de responder a essa vocação sua vida humana e cristã seria menos luminosa. A vocação é um chamamento que exige respostas e empenho dos que são chamados.

2. A Fraternidade Franciscana Secular é constituída por pessoas que vivem no mundo, mas se reúnem regularmente para refletir, pensar, rezar e armar as estratégias de sua ação do mundo. Os irmãos buscam sua realização humana, são pessoas que estão num processo de amadurecimento, mas que vivem no mundo. Vivem em suas famílias, no trabalho, nos lugares de lazer, na política, lá onde borbulha a vida.

3. Arde no coração dessas pessoas uma sede de viver no cotidiano a aventura do Evangelho. Buscam a perfeição da caridade, ou seja, a santidade com as cores de Francisco, Clara, de Isabel da Hungria e tantos outros e tantas outras. Querem fazer, em suas vidas, a experiência do Altíssimo, Onipotente e Bom Senhor, do Bem, do Sumo Bem.

4. “No seio da família franciscana, ocupa posição específica a Ordem Franciscana Secular que se configura como uma união orgânica de todas as fraternidades católicas espalhadas pelo mundo e abertas a todos os grupos de fiéis. Nelas, os irmãos e as irmãs, impulsionados pelo Espírito a atingir a perfeição da caridade no próprio estado secular, são empenhados pela Profissão, a viver o Evangelho à maneira de Francisco e mediante a Regra confirmada pela Igreja” ( Regra da OFS, n.2).

5. Os que ingressam na OFS tudo receberam: graças, irmãos, inspiração de Francisco e de Clara, a maneira bonita de seguir o Cristo franciscana e clarianamente. Sentem-se cobertos de graças e por isso desejam retribuir o que receberam, restituir o que de graça lhes foi concedido. Essa gratidão se manifesta na oração de ação de graças, na dedicação aos irmãos, mormente os mais abandonados, na disponibilidade em difundir o Evangelho e construir um mundo à maneira de Francisco. Os franciscanos seculares são zelosos e ativos, sem se perderem em ativismo. Impregnam tudo com o perfume do Evangelho.

6. Os leigos ingressam na Ordem Franciscana Secular para mudarem de vida, ou seja, para fazer penitência. Penitência não é, em primeiro lugar, impor-se sacrifícios e asperezas. A conversão é realidade mais profunda. Trata-se transformar o coração. Supõe um sério distanciamento do pecado e de tudo aquilo que nos destrói, destrói a harmonia, fere a dignidade profunda de cada ser humano e desrespeita o amor incondicional do Altíssimo. A conversão supõe uma mudança de mentalidade. Estão num processo de conversão os pobres de coração, os sedentos das coisas de Deus, os famintos do bem, os construtores da paz, os praticantes da misericórdia, aqueles que são capazes de sofrer alguma coisa pelo amor do amado que não é amado. Converter-se é ir abandonando um comodismo individualista, uma maneira pragmática ou interesseira de viver, é ir se revestindo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus que foi simples, atencioso para com os outros e dedicado ouvinte da vontade do Pai. O franciscano secular vive repetindo com Francisco: “Senhor, o que tu queres de mim?”

7. Os franciscanos seculares dispõem de reuniões e de encontros, da Regra, do exemplo de irmãos, dos sacramentos e dos retiros, do cansaço e da cruz para mudar de vida. São membros de uma Ordem de Penitentes.

8. Nossas Fraternidades são espaços de reflexão sobre os grandes temas do mundo e da Igreja e não refúgio de pessoas cansadas e rotineiras. As Fraternidades preparam os irmãos para o seu ir pelo mundo. Estudam os temas desafiadores: violência e paz, sexualidade e casamento, respeito pela vida e cuidado com o criado. As pessoas, assim , vão ficando afiadas em seu trabalho: evangelizar a família, presença nos diversos campos da pastoral, vivência cristã do trabalho e da profissão, enquanto vão se tornando íntimos de Deus por vida de límpida oração.

Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM é Assistente Nacional para a OFS e Assistente Regional da OFS do Sudeste II
Extraído de
http://www.franciscanos.org.br/noticias/noticias_especiais/2008/almir_070808/artigos_01.php acesso em 15 ago. 2008.

Um comentário:

  1. quisiera comentar que somos una fraternidad de hermanos y hermanas que transita por este mundo en gracia y en pecado. cuando un hermano(a) cae en pecado todos pecamos y cuando un hermano es elevado a la santidad todos participamos de esta gracia.

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