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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Impressões de um osservatore quase sempre atento

Capítulo Geral da Ordem Franciscana Secular
Impressões de um osservatore quase sempre atento

Por Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM


1. Em nossos encontros capitulares há diferentes categorias de participantes. Há os que são membros natos por seu cargo. Há os que adquirem direitos pela votação, os assim chamados delegados. Votam e podem ser votados. Levantam as bandeirolas verdes, vermelhas ou brancas. Parece que há os que votam, mas não podem ser votados. Há os convidados e os observadores que não têm vez, nem voz. Por vezes nem mesmo falam. Passam um capitulo inteiro sem que tenham podido dar a conhecer o timbre de sua voz e quem sabe a riqueza de seu interior. Assistem simplesmente ou assessoram o desenrolar do evento. Eu estive presente no XII Capítulo Geral e Eletivo da Ordem Franciscana Secular que se realizou em Dobogóko, na Hungria, fazendo-me presente na qualidade de simples observador (osservatore na língua italiana). Assim era minha classificação no crachá. O Capitulo se realizou na dita localidade de Dobogóko, bem perto da encantadora capital da Hungria, a elegante Budapeste. O evento se deu entre os dias 15 e 22 de novembro deste ano de 2008. As linhas que seguem não pretendem descrever o Capítulo. Não constituem uma reportagem completa do evento. Outros devem ter se encarregado desta tarefa (ver: www.ciofs.org). O presente texto pretende apenas transcrever algumas impressões de um osservatore mais ou menos atento, quase sempre atento.

2. No dia 14 de novembro, pouco depois de 13 horas, já tinha eu feito o check-in, no aeroporto romano de Fiumicino. Parecia que tudo estava normal, que os pilotos de Alitalia não mais iam fazer greve (sciopero). O avião que devia sair às 15 horas e pouco só deixou Roma perto das 20 horas, com o destino de Paris. Os passageiros começaram a se enervar. Um italiana elegante e bem vestida dizia com voz trêmula: “Diante de tudo isso só tenho uma palavra: como italiana tenho imensa vergonha do que está se passando, desta total falta de respeito para com os passageiros que têm o direito de ir e vir. Tenho vergonha”. Um outro passageiro, também italiano, fez algumas perguntas ao atendente a respeito do piloto...Nessa publicação não posso transcrever o que ele disse. E as injúrias as disse com voz quase meiga. Fato é que, depois de espera extremamente incômoda, o avião da Alitalia levantou vôo rumo a Charles De Gaulle. Perdi a conexão para Budapeste. Air France me colocou num hotel e me alimentou. Recebi mesmo uma bolsa com aparelho de barba, sabonete, pasta de dente...já que minha mala tinha sido despachada até o destino final. Sem querer dormi na França que conheci nos meus tempos de jovenzinho...

3. Numa manhã chuvosa deixei o aeroporto Charles De Gaulle rumo a Budapeste, pela companhia húngara, Malev Air Lines. Ali, nos espaços do aeroporto de Paris, esses funcionários de todos os cantos do mundo fazendo os serviços simples: atendimento aos clientes, limpeza, segurança... negros, árabes, gente da Europa Central, dos antigos países comunistas... e poucos franceses de verdade. A avião da Malev, subiu, atravessou as nuvens, encontrou o sol e aos poucos pudemos ver os Alpes cobertos de neve desde a França, passando pelo norte da Itália, Áustria. Um espetáculo deslumbrante. Tentei trocar umas palavras, poucas palavras, com um passageiro albanês...Nosso inglês não ia lá das pernas, nem o dele, e muito menos o meu... Havia uma senhora alta, gorda, na verdade inchada, com cabelos pintados de cor caju. Levava uma complicada aparelhagem de filmagem. Depois fui encontrá-la no Capitulo. Fiquei sabendo que era uma americana, cujo primeiro nome era Loris, grandíssima especialista em Isabel da Hungria. Devido a deficiências de língua não pudemos conversar. Ela, aliás, andava sempre sozinha, carregando certamente uns 120 quilos! No aeroporto, na chegada, estávamos uma polonesa, um húngaro, um frade franciscano de Florença, um japonês, um costariquenho e um brasileiro, este osservatore que escreve essas linhas. Nesse Capitulo esta era minha identidade.

4. Estava eu para viver a experiência de um capítulo geral da OFS que aprendi a estimar desde os meus 15 anos. Pensava nessas fraternidades todas que fui conhecendo ao longo da vida e dos tempos: os irmãos de Araruama, a fraternidade de Gaspar, os irmãos de Mococa. Esse capítulo precisava pensar nessas fraternidades, nas suas alegrias e nos seus problemas. Um capítulo geral precisa ser um momento de esperança, sobretudo para as fraternidades envelhecidas e desmotivadas.

5. O Capitulo se passou alguns quilômetros fora da capital, numa antiga casa dos jesuítas (Manreza), hoje hotel. Há um conjunto de algumas casas, ou seja, o prédio central e outros mais ou menos distantes perdidos no meio de alguns pinheiros verdes e de muitas árvores secas e nuas nesse tempo de inverno...Despojamento, um ar de tristeza. Ouvi que, no tempo do comunismo, os russos ocuparam esses espaços como lugares estratégicos. Quem disse isso foi o Fr. Filipe Schillings que já foi de nossa província e até mesmo aluno meu em catequese. Estava na qualidade de tradutor. Sim, um dia já fui professor de catequese. Como essa atividade é importante! Eu não era o único osservatore. Havia outros. Não posso esquecer de mencionar uma brasileira de Lajes, amiga de muitos frades, Solange. Eu e ela tínhamos os quartos no último andar de um dos prédios, no sótão, espaço bem aquecido, com água quente e cama bonita, mas lá no alto. Eu e o Solange já passamos dos 70...

6. Os leitores sabem o que acontece nessas ditas assembléias capitulares, de modo especial nas eletivas. Há nomeação de secretários, escrutinadores, membros da comissão para textos conclusivos, tradução dos textos das palestras. Há um clima de tensão e de certa política. As pessoas falam baixinho. Tudo foi feito conforme as regras e estatutos. Penso naquelas nomeações e escolhas: secretários, escrutinadores etc. etc. Presidiu a primeira parte Encarnación del Pozzo, ministra do sexênio que se encerrava e que seria reeleita para mais seis anos. Seguiram-se relatórios e textos relativos aos temas centrais do Capitulo. Não é aqui o lugar de mencionar tudo. Apenas uma ou outra idéia mais marcante. Lembro apenas que o tema central do evento foi assim formulado: “A profissão dos franciscanos seculares e seu senso de pertença à Ordem Franciscana Secular”.

7. Do relatório da presidência destaco linhas para o futuro sugeridas: sempre de novo cuidar do aprofundamento da formação nas fraternidades nacionais; intensificação e revitalização criativa da fraternidade local; viver novas formas da fraternidade local; intensificar o sentido missionário; atrair e buscar grupos de famílias ou de casais jovens; não esquecer que os franciscanos seculares são chamados à santidade; necessidade de que os conselheiros internacionais cumpram sua missão levando e trazendo informações e experiências, continuar o trabalho com as assim chamadas fraternidades emergentes. Não se pode deixar de frisar: será preciso aproximar-se das famílias e convidá-las a percorrer o caminho franciscano, assim como de jovens. Penso que não se trata de arrebanhar de qualquer modo, mas que nossas fraternidades franciscanas seculares sejam espaços de aprofundamento do ser humano, do ser cristão e do ser franciscano. Talvez nelas os jovens possam percorrer um caminho de busca de sua identidade, com o testemunho dos que já fizeram boa parte do caminho.

8. Emanuela De Nunzio, ex-Ministra Geral, mulher admirável, refletiu sobre o tema da pertença à OFS. A ex-ministra acompanhou todos os avanços da OFS, tendo a seu lado, entre muitos outros, nosso estimado professor Paulo Machado da Costa e Silva. Num italiano extremamente agradável de ser ouvido ela prendeu a atenção. Pena que no final, nas conclusões, alguns pontos de suas considerações não tenham sido contemplados. Espero que, no Brasil, venhamos a traduzir o texto em questão. Deve-se dizer que os encartes da revista Paz e Bem, nos últimos tempos, abordaram a questão. Não se trata apenas de exigir uma pertença externa, ou seja comparecimento às reuniões, pagamento da contribuição... Pertença se liga ao tema da identidade. Trata-se de voltar ao fundo de cada um. Quem sou eu? O que é ser um humano? O que é ser homem e ser mulher? O que e ser cristão? O que vem a ser uma família? O que é ser franciscano e franciscano secular?Trata-se de construir a identidade no seio de uma fraternidade de vida. Estamos de cheio na questão da formação . Emanuela de Nunzio insiste na formação feita no seio da comunidade: participação dos iniciantes, formandos e membros professos juntos. Não se trata apenas de se ter umas cores, uns ares franciscanos. Não basta. E a palestrante insistia na formação sócio-politica, no voluntariado, numa atenção maior a ser prestada aos jovens (ajudá-los a encontrar sua identidade cristã). Não se trata de fazer encontros festivos e barulhentos, mas possibilitar aos jovens e aos que chegam que vivam em comunidades de vida cristã e construam sua identidade. A palestrante mencionou ainda outros pontos importantes na busca da identidade e na clarificação da pertença: reforçar o engajamento no sentido de buscar um estilo sóbrio de vida, busca da paz, aproximação de todos os excluídos.

9. Em sua análise a palestrante (ou palestrista?) fez alusão a um discurso do Geral dos OFM, Pe José Carballo, a 30 de junho de 2007: “Muitos são os que vivem sob o efeito da emoção e do provisório e se deixam dominar pela ditadura do relativismo segundo a qual tudo é suspeito, tudo pode sempre ser negociado. Essa ditadura do relativismo, em muitos corações, alimenta sentimentos de insegurança e de instabilidade. Não existe mais nada de sagrado, de garantido ou que deva ser conservado. São muitos numerosas as vítimas da dúvida sistemática coagidas a se refugiar no imediato e na emotividade. Muitos são seduzidos pela cultura do part time e do zapping, que leva a não assumir os compromissos de longa duração, a passar de uma experiência a outra, sem aprofundar nenhuma delas. Muitos são ainda seduzidos pela cultura do light, que não deixa lugar para a utopia, o sacrifício e a renúncia. Muitos são seduzidos pela cultura do subjetivismo; para estes o indivíduo é a medida de tudo e tudo é visto e avaliado a partir de si mesmo, de sua própria realização. Esta realidade pós-moderna engendra, particularmente nas novas gerações, uma personalidade indecisa que torna mais difícil ainda a compreensão daquilo que, em si, já é complicado, ou seja as exigências radicais no seguimento de Cristo, do caminho na seqüela de Cristo”. Até que ponto nossas fraternidades não se limitam apenas a uma reunião nem sempre vivida com o coração? Até que ponto a formação leva em consideração esse antropologia complicada dos tempos de hoje?

10. O Padre Felix Cangelosi, Vigário Geral do Capuchinhos, especialista em liturgia, nos brindou com uma bela palestra sobre o profissão na OFS, tendo como ponto de partida, o ritual franciscano secular. Pode-se dizer que se tratava da teologia da liturgia da profissão: celebrada durante uma eucaristia, ligação da profissão e da fraternidade, identidade original penitencial. Uma bela e profunda conferência. Nossas fraternidades locais , penso eu, precisam rever o tema da profissão. Muitas vezes a revista Paz e Bem tem se ocupado do assunto. O que posso dizer de concreto seria o seguinte:

  • só tem sentido fazer profissão na OFS quando se tem consciência de que se trata de uma consagração de vida franciscana e secular, consagração que abarca todo o tempo da existência;
  • compromisso numa fraternidade e compromisso não sujeito a revisões;
  • compromisso ligado ao dom da vida de Cristo, celebrado na Eucaristia, reiterado com Cristo na celebração da missa;
  • a profissão deverá ser precedida de um retiro, de uma conversa com o assistente da fraternidade que ajudará o candidato a fazer um discernimento;
  • no momento da profissão tudo deverá ser belo, o ministro se apresentará sem nervosismo, os participantes deverão se sensibilizar, o celebrante, de preferência um religioso franciscano, saberá fazer com que esse momento seja um gesto de propaganda vocacional.

11. No dia 17 de novembro, festa de Santa Isabel da Hungria, estivemos em Estergon, primeira capital da Hungria, terra da santa. Pelas 4 horas da tarde houve uma solene concelebração de encerramento dois anos comemorativos do centenário da patrona principal da OFS. Presidiu a cerimônia o Cardeal Laszlo Paskan, homem alto, porte digno. A ministra lhe dirigiu umas palavras cheias de cordialidade. Muitos padres se fizeram presentes. O húngaro se misturava ao latim, os cantos locais com um esplêndido coral de jovens se uniam à Missa d Angelis... A igreja catedral quase cheia numa tarde de frio e de vento. Algumas mulheres trajavam roupas típicas. Quem sabe uma delas pudesse ser descendente de Santa Isabel da Hungria? De maneira breve e simples o cardeal húngaro ressaltou traços da biografia da santa. Alguns dos participantes talvez tivessem desejado alguma coisa mais. Faltou talvez um pouco do ardor de nossas celebrações....Vale a pena lembrar que Estergon se situa às margens do Danúbio. Num vento frio, podíamos ver, do outro lado, a Eslováquia e também a Áustria. E o vento frio cortava nosso rosto...

12. Presidiu o Capitulo Eletivo o Ministro Geral dos Conventuais, Fra Marco Tasca, homem alegre e dinâmico. A ele coube cumprir todas as determinações jurídicas para que as eleições fossem feitas com correção e com validade. O Ministro Conventual desempenhou sua missão com competência e simplicidade. Brindou-nos com uma profunda e bela reflexão sobre Os inícios do carisma (Gli inizi del carisma). Desenvolveu o tema em três momentos: a conversão, a vida evangélica e a configuração com o Cristo pascal. Quando se fala dos 800 anos dol carisma franciscano não se pode pensar apenas na visita de Francisco ao Papa pedindo licença para seu novo gênero de vida. Será preciso olhar outros aspectos: houve um momento fundamental de mudança, o encontro com o mundo dos leprosos; na Porciúncula Francisco compreendeu que precisava viver a vida evangélica e toda a sua vida foi uma conformação com o mistério de Cristo crucificado e ressuscitado (mistério pascal). A conversão dura a vida toda. Francisco mostra os passos da transformação em suas admoestações: gloriar-se na cruz do Senhor, ser capaz de sofrer injúrias, expropriar-se. Os interessados no tema poderão encontrá-lo site já mencionado anteriormente.

13. Fizeram-se as eleições com relativa facilidade. Quase todos foram eleitos em primeiro escrutínio. A ministra Encarnación foi eleita quase que por unanimidade. Recebeu, assim, do Capitulo a autorização de continuar a servir os irmãos talvez do mesmo modo como vinha fazendo. Houve nítida manifestação de confiança em sua pessoa. Maria Aparecida Crepaldi, nossa Cidinha, confirmou sua credibilidade.

14. Tivemos um dia de passeio em Budapeste. O tempo não colaborou muito. Na parte da manhã um pouco de sol. Deu para sentir a grandeza dessa cidade ligada aos belos tempos do Império Austro-Húngaro. Praças magníficas, a esplendorosa visão do Parlamento, a Igreja de Santo Estevão que não pudemos visitar, cúpulas aceboladas (em forma de cebola), certo requinte. Claro que Budapeste não tem a suntuosidade de Berlim, nem de Praga segundo me informaram, mas se trata de uma belíssima capital. Nesse dia fomos cordialmente recebidos e acolhidos pelos Frades Menores. O guardião nos saudou efusivamente, em húngaro é claro, e nos foi servida uma refeição simples, sem requinte, mas carinhosa e saborosa. Não posso deixar de mencionar um pormenor. Os doces húngaros são particularmente saborosos. E no final de nossa refeição foram servidos copiosamente. Em nossa casa Manreza tivemos ocasião também de saborear deliciosos pavês. Digo de passagem que a comida húngara é de bom paladar, mas será preciso prestar atenção aos condimentos. Há pratos densa e exageradamente apimentados.

15. Uma breve palavra a respeito dos participantes. O continente africano tinha poucos representantes. Os dramas do Congo impediram saída de irmãos. Havia forte representação da Europa central. Há vocações e fraternidades da OFM e OFS numerosas: Croácia, Polônia, Eslovênia, etc. Esses todos tentam falar alemão e inglês. Na Croácia, a JUFRA é forte. Na Ásia (Índia, Filipinas, etc) há também um vigor da OFS e seus representantes eram significativos neste Capitulo. Os latino-americanos se fizeram representar. Pena que não tivesse havia um tempo para apresentações dos êxitos, desejos e carências das diferentes fraternidades. Parece que a forte presença dos europeus do centro é que caracterizou o Capitulo.

16. Não permaneci até o último momento do evento devido a horários de avião. Nas sessões finais a Ministra Internacional tentou coordenar uma assembléia para captar prioridades e detectar conclusões. A assembléia pediu que fossem prioridades as seguintes: formação, melhorar em todos os níveis a comunicação, cuidados e atenções com a JUFRA e os jovens em geral, a presença dos franciscanos seculares no mundo e o trabalho que deve continuar a ser desenvolvido junto às fraternidades ditas emergentes. Cabe ao Conselho Internacional agilizar estas prioridades.

17. Com a experiência de alguns anos acompanhando fraternidades regionais e a fraternidade nacional do Brasil chamaria atenção para alguns aspectos que decorreram do Capítulo e para outros que estavam nas linhas ou entrelinhas ou que, se não estiveram, penso eu, deveriam estar:
  • urgência de um trabalho vocacional realizado pelo testemunho de franciscanos seculares que vivem sua conversão no dia-a-dia e inseridos numa Igreja em estado de missão juntamente com jornadas franciscanas abertas a pessoas de boa vontade; dar credibilidade à OFS;
  • sempre de novo recomeçar um empenho de diálogo com os jovens, de aproximação deles, sejam eles da JUFRA ou não;
  • em nível nacional e regional, entre nós, não se pode mais adiar esse trabalho entre OFS e JUFRA;
  • na esteira do que foi refletido no Capitulo, tentar buscar casais e pessoas que estejam na faixa dos 35-50 anos;
  • no capitulo da formação ter sempre em mente que as pessoas vivem no fluido, no vago: sem querer fazer uma formação meramente doutrinal será preciso ao longo de um certo tempo provocar as pessoas para que dêem sua adesão à verdade que liberta, levá-las ao êxodo de si mesmas que as torna peregrinas de uma terra que Deus nos mostra; cavar sempre maior profundidade através do cultivo do silêncio e da leitura do sinal dos tempos;
  • um palavra ocorreu muitas vezes no Capítulo, ou seja, discernimento: na aceitação dos candidatos, na hora da profissão, na opção pela ação missionária; no tipo de colaboração a ser dada â igreja local;
  • num tempo de provisoriedade fazer com que a profissão da OFS seja um marco na vida dos irmãos e, ao mesmo tempo, um apelo a que se dediquem aos outros;
  • lutar para que os irmãos desmotivados possam ganhar novo ânimo: o Ministro local e seu Conselho não podem descansar porque o futuro da Ordem passa por cada fraternidade concreta;
  • num tempo em que a Igreja convidou a todos os cristãos a fazerem uma reflexão sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, importante que em nossa vida pessoal e na vida da fraternidade a Palavra de Deus ocupe um lugar de destaque, Palavra compreendida não apenas como um texto que descansa num livro, mas como interpelação constante feita aos sedentos e famintos de plenitude;
  • hoje e sempre os franciscanos seculares ou não estarão diante da missão de se aproximarem dos mais simples e menos aquinhoados;
  • num tempo em que as famílias acreditaram que era melhor deixar que os jovens encontrassem por si mesmo seus caminhos, a OFS precisa formar famílias que sejam capazes não de endoutrinar os filhos mas de lhes transmitir a alegria de uma vida iluminada pela fé;
  • num tempo de forte crise econômica que leva as pessoas a viverem mais modestamente dar o testemunho de que sabemos alegremente, como dizia São Paulo, viver na abundância e na privação.

Conclusão


Eis algumas observações de um osservatore muito contente de ter participado do Capitulo Geral da querida Ordem Franciscana Secular. Desejo que ele produza muitos frutos.

Quase ia me esquecendo de dizer que na volta de Budapeste para Roma não houve problemas de pilotos e de aeroportos. Quer dizer houve, sim. O piloto do avião da Air France avisou que não podia decolar porque havia uma raposa na pista caçando ratos. Que esta seja minha última observação.

Foto: Fr. Almir [de manta xadrezz]; José Carlos (de chapéu), min. nac. e cons. intern. da OFS do Brasil; e Anderson Moura, cons. intern. OFS para a JUFRA da América do Sul.

Extraído de http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/ofs/capgeral_08/index_01.php acesso em 28 Nov. 2008.

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