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domingo, 8 de março de 2009

Desprezador do dinheiro


Cheio de alegria, Francisco montou-se no cavalo, pegou em tecidos das mais diversas cores e chegou à cidade que se chama Foligno. Aí vendeu o seu cavalo e tudo o que levava consigo e voltou à Igreja de São Damião.Aí encontrou aquele mísero sacerdote, beijou-lhe as mãos com grande fé e dedicação, ofereceu-lhe o dinheiro que levava consigo e contou os seus propósitos um por um. O sacerdote ficou surpreendido admirando-se duma conversão tão repentina e recusando-se a acreditá-lo. E como opinava que ele fazia troça dele não quis ficar com o dinheiro. Francisco insistiu e esforçou-se por o outro acreditar nas suas palavras; pediu ainda mais intensivamente que o sacerdote o deixasse viver com ele. Finalmente, o sacerdote concordou que ele ficasse na sua casa. O dinheiro, no entanto, não o aceitou por medo dos pais. Por isso, o desprezador do dinheiro atirou com ele num vão da janela desdenhando-o como pó. (Leg3C 16)


Primeiro houve a chamada do Crucificado o que desenvolve em Francisco uma imensa força e dinâmica.

Francisco tira do negócio do seu pai tecidos e faz dinheiro com elas no mercado de Foligno, também vende tudo o que leva consigo, mesmo aquilo que faz dele um homem grande: o cavalo. Agora quer privar-se de tudo: o seu próprio ser ligando-se para sempre à Igreja de São Damião e convertendo-se num oblato vivo. O fato de se querer ver livre do dinheiro é conseqüência lógica disto. Francisco já não quer compreender-se como proprietário e ávido, mas sim como pessoa que se entrega e derrama incondicionalmente. Isto é o decisivo, e deveríamos refletir todos os dias sobre este fato.

Neste contexto deve mencionar-se mais um termo, sobre o qual se deveria refletir também tão cuidadosamente: o “depreciador do dinheiro”. Francisco tinha, pois, a possibilidade de viver sem o seu dinheiro. Nós, no entanto, encontramo-nos inevitavelmente perante a necessidade, de utilizar dinheiro. Vivemos num ambiente dum “capitalismo” conseqüente: sem dinheiro não funciona nada.

Mas, devemos considerar que o dinheiro não tem um valor intrínseco. Só tem importância pelo valor que se lhe dá: tanto ouro, tantos dólares, tanto petróleo, o que corresponde ao valor material; tanta dedicação, tanto amor, tanta ajuda, justiça, o que corresponde ao valor espiritual ou ético. Em todo o caso: o dinheiro por si não tem significado nenhum. Devemos considerar este fato.

E se esta consideração é feita ainda dentro da identidade franciscana, considerando que nós, quando seguimos Francisco, somos oblatos, dados, então também para nós as conseqüências deveriam ser inevitáveis.

Perguntas
  1. Como se mostra em mim que sou um oblato, dado?
  2. O que me perturbe ou o que me agrada neste termo?
  3. Quais as minhas experiências com o dinheiro?
  4. O que digo ao termo “desprezador de dinheiro”?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 11 fev. 2009.

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