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terça-feira, 10 de março de 2009

O que é a norma?


Quando o viram, aqueles que o conheceram anteriormente, repreenderam-no duramente, chamaram-no tolo e louco e atiraram lodo e pedras a ele. Viram como a sua atitude anterior se tinha modificado desta maneira, como estava consumido pela flagelação do corpo e atribuíram todas as suas atividades ao esgotamento e à loucura. O Cavaleiro de Cristo, no entanto, passou por tudo isso como se fosse surdo; nenhuma injustiça foi capaz de o desanimar ou mudar de posição. (Leg 3C 17)
Foram diversas as coisas que fizeram com que Francisco desistisse da vida social normalizada. Encontrou Jesus e já não pôde viver os dias tão superficialmente como antes. Encontrou os leprosos, as pessoas no lado escuro da vida, e a vida que levou até agora, lhe parece sem sentido. Tem de seguir Jesus Cristo duma maneira radical colocando-se ao lado dos pobres, com a mesma radicalidade.

Isto, no entanto, tem conseqüências. Chamam-no um tolo, um louco, é considerado doente psíquico ou mental. Tais reações podem ser observadas também hoje em vastos círculos da Igreja e nas Ordens, mesmo na família Franciscana. Anteriormente, a radicalidade vivida por Jesus e Francisco, era sempre um ponto de referência inquietante. Uma pessoa tinha remorsos se a própria vida já não correspondia a estas premissas. E dizer a alguém: Tu és medíocre, normalizado, era uma sentença negativa nos círculos clericais. Hoje, porém, é precisamente a mediocridade o padrão que é esperado por nós. Pessoas como Francisco são acusadas por não serem medíocres, por terem ideais. Tudo é nivelado à medida normal. Quem ultrapassar a medida normal é rapidamente qualificado como extremista ou ideologicamente cego. Em tais condições uma vida em solidariedade autêntica para com os pobres e na sucessão de Jesus resulta muito incomoda

Deve objetar-se a isto uma passagem do prefácio dum livro novo sobre Francisco: “Recusando o reconhe-cimento do extraordinário, do totalmente diferente que rompe a norma e a normalidade, do radicalmente novo, duma contradição radical vivida em relação a um mundo, no estado em que está, não tendo de ser forçosamente assim, é mais do que uma resignação ou medo perante grandes desafios. Nega o “princípio da esperança”, uma necessidade fundamental antropológica” (Kammerer, P./E. Krippendorff, W-D. Narr, Franz von Assisi – Zeitgenosse für eine andere Politik, (Contemporâneo para outra política) Düsseldorf 2008,9)

Perguntas
  1. Qual é a minha posição entre a normalidade e a radicalidade?
  2. O que digo à radicalidade de Francisco?
  3. Quais as conseqüências que tenho de sacar
  • Olhando para Jesus
  • Olhando para os pobres?
Extraído de:
Carisma 2008/2009 : intercâmbio de idéias e impulsos / Anton Rotzetter. Disponível em http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/charisma/2007_Charisma_Impulse.shtml?navid=104 acesso em 11 fev. 2009.

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