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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

São Francisco de Assis e a fraternidade Cósmica

Frei José Wiliam Corrêa de Araújo, OFMCap

A criação é, antes de tudo, um dom, uma realidade recebida d'Aquele em quem tem sua origem. O mundo da ciência e da técnica nos ensina a olhar todas as coisas como simples objetos. Por este caminho, o ser humano, cada vez mais, agride a natureza, assumindo um caminho inverso de São Francisco de Assis. Torna-se urgente retomar a dinâmica humanista do movimento franciscano, por meio de novas experiências paradigmáticas que resgatem e revelem a dignidade de toda criatura e a complexidade do humano.

São Francisco de Assis aprendeu a amar a todos os seres com atitude de acolhimento e de respeito diante de qualquer tipo de vida. O estilo de vida evangélica de São Francisco de Assis resume-se naquela atitude fundamental que caracterizou o seu viver diante de Deus, do ser humano e da criação - a minoridade - a qual nada mais é que se deixar humanizar para viver humana e ecologicamente no ambiente, iluminado pelo Espírito de Cristo.

Mesmo as menores coisas, São Francisco de Assis chamava-as de irmãs, pois sabia que elas e ele procediam do mesmo e único Princípio. Ao fraternizar-se com todas as criaturas, ele inaugurou uma nova relação, por meio de um novo olhar.

São Francisco de Assis não se colocava por cima dos seres, das coisas ou dos animais, mas junto a eles, com eles e em sua companhia, porque sabia que a vida é um dom gratuito como o é o dom da criação inteira à qual se unia com afeto e irmandade. Esta fraternidade cósmica, se soubermos compreendê-la, encerra o segredo de uma verdadeira fraternidade humana.

Tomás de Celano, um dos seus primeiros biógrafos, nos diz que Francisco de Assis
"Tinha tanta caridade que seu coração se comovia não só com as pessoas que passavam necessidade, mas também com os animais, os répteis, os pássaros e as outras criaturas sensíveis e insensíveis... Chamava todas as criaturas de irmãs, e de uma maneira especial, por ninguém experimentada, descobria os segredos do coração das criaturas, porque na verdade parecia já estar gozando a liberdade gloriosa dos filhos de Deus" (Tomás de Celano, Vida I, n. 77;81)

Extraído de http://www.capuchinhosrj.org.br/DetalharArtigoForm.aspx?Id=8 acesso em 3 nov. 2009.

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