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terça-feira, 13 de julho de 2010

A PLENITUDE DA LEI É O AMOR, PORQUE O AMOR É O BEM MAIOR



A PLENITUDE DA LEI É O AMOR, PORQUE O AMOR É O BEM MAIOR

Quando Deus nos criou “à sua imagem e semelhança”, dispôs tudo a nosso favor, isto é, escreveu em nossas almas toda a sua lei e nos fez como expressão do seu amor para amarmos ao Senhor acima de todas as coisas e a nós uns aos outros, é isto consiste a plenitude da felicidade; e de tal forma essa verdade está presente em nossa vida que é impossível alguém ser feliz sem o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo.

Ora, ninguém poderá dizer que não conhece essa verdade, visto ser ela o princípio fundamental da existência, porque é o amor que nos identifica como filhos de Deus e participantes do seu Reino e nos faz revelar sua presença em meio a toda criação; quem age contrário a esse princípio fundamental da vida, semeia uma cultura de morte, porque perde o sentido de ser e estar no mundo, praticando toda espécie de maldade, revelando com isso a face tenebrosa do inferno e do príncipe das trevas.

Sem dúvida alguma o mal existe e quem o segue sabe disso porque vive sob seu domínio; e por que vive sob o domínio? Porque não deu ouvidos a Deus que nos fala no íntimo por suas leis escritas em nossas almas. Quem segue a Lei do Amor escrita por Deus em tudo o que Ele criou, vence-se a si mesmo e a todo o mal que se levanta contra a verdade do amor de Deus presente em todos nós.

Certa feita escreveu São Boaventura: “Nada de melhor pode proferir, nada mais útil pensar que a caridade (o amor), para mortificar os vícios, progredir na graça, alcançar o cume da perfeição de todas as virtudes. Por esse motivo afirma Próspero no livro sobre a vida contemplativa: ‘A caridade (o amor) é a vida das virtudes, a morte dos vícios’, e, como a cera se derrete ao fogo, assim perecem os vícios perante a caridade (o amor)”. (Do opúsculo De Perfectione Vitae, de São Boaventura, bispo).

“A caridade possui tanta força que é a única entre as virtudes a ser denominada Virtude. Quem a tem é rico, abastado e feliz; quem não a possui, pobre, mendigo e mísero. Assevera Santo Agostinho: ‘Se a virtude nos leva à vida feliz, nada mais chamaria de virtude senão o amor sumo a Deus’. Por ser a caridade virtude tão grande, devemos insistir, mais do que em todas, na caridade, não em caridade qualquer, mas somente naquela pela qual amamos a Deus acima de tudo e ao próximo por causa de Deus”. (Do opúsculo De Perfectione Vitae, de São Boaventura, bispo).

Portanto, não há desculpas para o pecado, não há desculpas para não amarmos, por mais frágeis que sejamos, visto que somos as criaturas mais capazes entre as criaturas de revelarmos a vontade de Deus presente em nossa vida por suas leis que nos legou e que por seu Filho Jesus Cristo as levou à plenitude, como Ele mesmo disse: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”. (Mt 5,17-19).

Logo, a plenitude da lei é o amor, porque o amor está acima de todos os bens, na verdade o Amor é o Bem Maior.

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.



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