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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A PRESENÇA DE MARIA NO TEMPO APOSTÓLICO













A PRESENÇA DE MARIA NO TEMPO APOSTÓLICO

Ser mãe de Deus é a maior vocação e missão que uma criatura humana pôde receber de Deus; e coube a Maria, Mãe do Salvador da humanidade, esse privilégio único. Por isso, Maria é a primeira por excelência a participar de todos os mistérios da fé cristã diretamente, pois nela se fez Carne o Filho de Deus; depois que o Anjo do Senhor revelou a ela o Plano de Deus para a nossa salvação, e tendo o seu sim comprovado, o Espírito Santo fez nela morada permanente, gerando Jesus e permanecendo com ela, orientando-a em todos os sentidos para que acolhesse, numa entrega total, todos os propósitos divinos a respeito do Seu povo Eleito, de toda a humanidade e de toda a criação (Cf. Ef 1,3-14).

Desse modo, Maria, a Virgem sem pecado, profetizada por Isaías (Cf. Is 7,14), viveu em tudo a vontade de Deus por ser sempre conduzida pelo Espírito Santo e por isso mesmo, deu a maior de todas as contribuições que um ser humano pode dar a Deus para a realização de seu plano de amor na criação, cedeu seu vente, sua carne e sangue ao Redentor de nossas almas para que nos redimisse por seu Sacrifício de Cruz, porque Deus não quis salvar o homem sem a participação direta do homem e coube a Maria ser a genitora da Nova Humanidade, agora redimida, isto é, purificada de todo pecado.

Por isso, a Virgem Santíssima participou desde a primeira comunidade dos apóstolos de Jesus até a formação da Igreja primitiva, após a ressurreição do Senhor e sua partida para o céu; educadora que era das almas discípulas de Seu Filho amado, se fez presente com Ele em vários momentos de sua vida e da vida dos seus seguidores, lembro alguns desses momentos: o milagre da água transformada em vinho por sua interseção nas bodas de Canã da Galileia, onde, como escreveu São João, “seus discípulos creram nele” (Jo 2,1-12). Esteve presente também quando do início da vida pública de Jesus (Cf. Mc 3,31-35); acompanhou-o de igual modo no caminho do calvário e quando de sua morte de cruz, lá estava ela com o discípulo amado que a recebeu em sua casa como mãe, como recomendou o Salvador no patíbulo da cruz (Jo 19,26-27).

Já no cenáculo, ali estava como Mãe e Mestra da Igreja nascente, gerada soberanamente pelo Espírito Santo em Pentecostes, Ele que sempre a conduziu pelos desígnios do Pai Eterno e Todo Poderoso, fruto da promessa do seu Filho que havia dito: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.” (Jo 14,16-17). E ainda: “Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei. Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.” (Jo 16,7.12-140).

Por fim, vemos Maria presente no Apocalipse de São João como imagem perfeita da Igreja, Corpo Místico do Senhor da qual Ele é a Cabeça e nós somos os seus membros. Maria é, de fato, a nova Eva, a Mãe de Deus e da Nova Criação livre do pecado, da morte e do inferno; por ela, a cabeça da serpente é esmagada (Cf. Gn 3,15), pois, Cristo Jesus, Filho Unigênito do Pai que nasceu do seu ventre, vence o dragão, a antiga serpente também chamada de diabo e satanás. E assim, na plenitude dos tempos, o Coração Imaculado da Filha de Sião triunfa sobre as forças do mal, porque o que Deus prometeu se cumpriu integralmente: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” (Lc 1,31-33).

“Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? ‘Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)?’ Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém”. (Rom 11,33-36; 1Cor 2,16a).

Paz e Bem!

Frei Fernando,OFMConv.


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