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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A Chama do Ardor Missionário Franciscano Secular

"Missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fossemos o centro do mundo e da vida".
D. Helder Câmara

São Francisco foi progressivamente tomando consciência do destino evangelizador da fraternidade, numa amplitude cada vez mais universal.
A experiência chave da vida de Francisco foi o encontro com o Evangelho, na chegada da primavera de 1208, quando escutou, durante a celebração da missa, a leitura do Evangelho de Mateus, capítulo 10, versículos 5 a 14. Após a missa, pediu ao sacerdote que explicasse o texto. Entendendo que Cristo queria que os apóstolos nada possuíssem, nem dinheiro, nem sapato, nem comida, mas, somente pregassem o Evangelho, ficou, profundamente tocado, respondendo: "creio e quero isso de todo coração". Inicia-se seu processo apostólico, sua vida missionária.

Podemos ler essa trajetória em 1 Cel XII, 29: "Por esse tempo, ingressou na Ordem um outro homem de bem, chegando a oito o número dos frades. Então, São Francisco chamando todos a si e tendo falado muitas coisas sobre o reino de Deus, o desprezo do mundo, a abnegação da própria vontade e a mortificação do corpo, dividiu-os dois a dois, por todas as partes do mundo, anunciando a remissão dos pecados. Sede pacientes, nas tribulações, confiando que o Senhor vai cumprir o que propôs e prometeu. Aos que fizerem perguntas, respondei com humildade; aos que vos perseguirem, abençoai e aos que vos caluniarem, agradecei, porque por meio disso tudo, nos está sendo preparado um reino celeste. E recebendo o mandato com gáudio e muita alegria eles se prostraram diante de São Francisco. Ele os abraçava e dizia com ternura e devoção a cada um: 'Põe teus cuidados no Senhor e ele cuidará de ti'. Frei Bernardo e frei Egídio foram para Santiago de Compostela. São Francisco e um companheiro escolheram outra região e os outros quatro foram, dois a dois, para os lados que restaram".

Celano continua nos relatando o processo missionário de São Francisco, escrevendo: "Ardendo em amor a Deus, o santo Pai Francisco sempre quis empreender as coisas as coisas mais difíceis... No sexto mês de sua conversão, inflamado em veemente desejo do santo martírio, quis navegar para a região da Síria para pregar a fé cristã e a penitência aos sarracenos e outros infiéis. Tomou um navio que ia para lá, mas sopraram ventos contrários e foi com outros navegantes parar na Esclavônia (Dalmácia e Croácia - Eslovênia)"
(I Cel XX, 55-56).), opondo-se

"Deixando o mar, Francisco, servo de Deus Altíssimo, caminhou por terra. Algum tempo depois, empreendeu uma viagem a Marrocos para pregar o Evangelho de Cristo ao miramolim e a seus sequazes. Seu entusiásmo era tanto que, as vezes, deixava para trás seu companheiro de viagem, na pressa de realizar seu intento, com verdadeira embriaguez espiritual. Mas, o bom Deus lembrou-se, em sua misericórdia de mim (Celano), opondo-se, frontalmente, quando já tínhamos chegado à Espanha, impedindo-o de continuar o caminho, por uma doença que o fez voltar atrás".

O projeto de Francisco de uma missão entre os sarracenos teria fracassado? O cardeal Guilherme Massaia OFM cap argumenta que, quanto maiores forem as contrariedades numa missão, tanto maior será a evidência do poder e da grandeza do Projeto de Deus.

Os biógrafos de São Francisco nos deixam, em suas páginas, muitos outros exemplos da caminhada missionária de Francisco e seus irmãos menores.

Frei João Franco Frambi OFM Cap
Assistente Espiritual Nacional da OFS - Revista Paz e Bem - Setembro/Outubro - 2010

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